Lennard Langford (Perfil de Exemplo)

Nome: Lennard Langford

Idade: N/C

Classe: Mago – Alquimista

Raça: Immortal

Fase I: Uma existência sem objetivo

Quando a guerra dos grandes países ainda era somente rumores nas montanhas do território hoje de Letch, um casal de magos da família Langford, trouxe ao mundo seu segundo filho. Naquela antiga família, que há anos produzia gerações de magos poderosos, um par de filhos homens nunca fora apreciado. Para os Langford, suas crias são herdeiros, o casal de filhos deverá se unir perante os deuses e continuar a linhagem sem permitir que outras famílias tomassem posse dos conhecimentos preciosos adquiridos durante gerações de prática e experiências.

Infelizmente o garoto de nome Lennard continuava sendo filho do casal, e, mesmo que por pouco tempo, conseguiu a atenção que necessitava, foi algo próximo a um ano, mais ou menos ninguém saberia dizer, em que ele foi adorado pelos de sua casa, até mesmo seu irmão Dírion, na época em seus cinco anos, reservava alguns carinhosos sorrisos para ele, afinal, é raro alguém que pense mal de uma criança ainda em berço, inofensiva e necessitada de tudo.

Meses após o nascimento de Lennard, Sanise, aquela a quem ele deve sua vida, novamente prometia uma criança, inconscientemente Lenn começa a sentir que sua existência não era necessária, que sua substituição por um ser mais desejável era eminente. Logo a criança nasceu, uma menina que trouxe satisfação á seus pais, o nome de Sengki.

O tempo em que a atenção da família voltou-se para si nunca foi guardado na memória do mago, suas mais antigas recordações o levam à sua idade de três anos, quando Dírion foi iniciado nas artes da alquimia. Foi neste período em que a raiva para seu irmão nascia; sem saber por que Lennard não podia suportar as palavras ditas com aquela maneira doce e convincente, ou o jeito com que todos tratavam o verdadeiro herdeiro dos Langford.

E a ele todos ignoravam, enquanto seu irmão e irmã prosperavam como magos ele era deixado para trás, como que esquecido por sua própria família. Diversas foram as vezes em que o garoto pensou em acabar com aquela vida insignificante, claro, isto traria muito mais alegrias à todos, Lennard não mais existiria, ninguém teria de preocupar-se, mas ele não conseguiria, acabar com sua vida era tarefa demasiado dura.

Aspectos: “Mesmo as mais insignificantes ervas crescem”: Sem a ajuda dos pais que sempre pareciam estar ocupados com os irmãos, Lennard passou a utilizar os antigos e empoeirados livros da família para seus estudos, e desta maneira foi capaz de desenvolver magias antes desconhecidas.

Fase II: Amor e Punição

A adolescência do corpo também foi o amadurecimento da alma. Como amantes que deveriam tornar-se Sengki e Dírion cresciam cada vez mais próximos. Sua irmã era uma bela jovem, esbelta com os belos lábios rubros, cabelos dourados e um par de profundos olhos azuis adornando-lhe a face, seu irmão era alto, de corpo forte e bem construído, os cabelos sempre curtos e um olhar imponente marcando os olhos idênticos aos de Lennard.

Todos os dias ele os observava de longe, aos dezoito anos já não era-lhe permitido o acesso à casa, sua nova moradia era um casebre construído por ele e o pai, agora já beirando a velhice, os fios prateados escondendo-se entre o ouro de seus cabelos, que, junto à Sanise, dedicava seus anos a vigiar de perto o filho indesejado, como se temessem que pudesse perturbar a felicidade do novo casal.

A razão não tornou-se clara de imediato, ele só sabia que aquele relacionamento lhe era doloroso. Ver os dois irmãos sempre tão juntos, com aqueles sorrisos que dançavam nas bocas de perfeitos dentes brancos. Por ali não poderia ser ele? Por que quem a segurava era Dírion?

Seus pensamentos eram guardados o mais fundo possível, ele não poderia trair a confiança de todos, seus pais, seu irmão... Mas o que haviam eles feito para merecer sua confiança? Já o haviam amado? Desejaram que seu futuro fosse bom e deslumbrante como o do irmão? Não, nada eles mereciam, ele havia sido forçado a tudo renegar, e por que agora haveria de renegar a paixão que sentia para àquela que logo pertenceria ao ser mais odiado?

Ele a desejava, a irmã com quem cresceu, ou observou crescer, não mais de um ano mais nova que si, perfeita em aparência, de palavras doces e voz suave, ela seria sua. Aproximar-se dela foi fácil, sempre que os pais e o irmão não estavam na casa, ou em negociações com outras famílias. Suas conversas eram agradáveis, mas ele não conseguia fazer-se confessar, somente ver aquele rosto sorrir, sentir o peso dos olhos azuis sobre si, já lhe trazia imenso prazer.

Logo Lennard viu-se correspondido, no calor de seus corpos sua paixão era expressa fisicamente, tudo que eles desejavam era que os costumes da família pudessem desaparecer, que os dois apaixonados pudessem finalmente assumir seu relacionamento perante todo o mundo.

E o que ambos mais temiam aconteceu, o corpo da mulher que amava passou a carregar o fruto de seu amor. Ele nunca descobriu como, mas informações de que o filho que Sengki carregava era de Lennard chegaram a seus pais e irmão, uma coisa somente ele podia saber, felicidade não foi o sentimento que todos expressaram.

Neste mesmo período as guerras alcançavam as fronteiras das montanhas, magos ofereciam-se para ajudar exércitos e protegerem seus territórios, poucos voltavam. Esta foi a solução encontrada por seus pais, o mago incapaz morreria de maneira dolorosa, que melhor maneira de puni-lo que com medo e morte?

Os campos de batalha de Rassele foram seu destino. Numa planície já devastada pela ação humana magos, como ele, lutavam por suas vidas, o sangue era a tinta que manchava os armamentos e roupas de todas as divisões, a canção de aço em aço era a música do despertar de todos.

Todos os dias Lennard levantar-se-ia com o coração em saltos a imaginar se sua vida duraria por mais um dia. As noites seriam insônias enquanto o jovem mago tentava dia-a-dia tentando desenvolver técnicas que lhe proporcionassem maior chance de sobrevivência.

O desespero tomava conta de seu ser, em meio ao cenário de morte e luta ele pensava que seria levado á insanidade, mas sua salvação finalmente chegou na forma de um velho livro encontrado nas ruínas de uma cidade na fronteira de Letch. O livro encapado com couro escuro era antigo, isto era fácil de perceber, em suas páginas amareladas uma magia lhe chamou a atenção, uma magia que lhe permitiria a habilidade de controlar as células de seu corpo, a magia da imortalidade.

Muito tempo se passou desde a descoberta, os dias eram batalhas para manter-se vivo, as noites eram passadas no acampamento do exército, estudando e testando as técnicas que as páginas amarelas lhe ensinavam, ele queria viver, não queria ver seus cabelos tornando-se prateados como vira seu pai, não queria ter de deixar tudo que amava para a fatídica morte, como sabia que Dírion seria forçado. E tudo finalmente se encaixou.

O ritual foi feito, sua vida agora era ilimitada, ciente que sua vida era ilimitada desde que nada interferisse ele escapa do exército; seu destino: as montanhas de Letch, em seu lado mais isolado, escondido entre as geleiras de seus picos onde nenhum mago poderia encontrar-lhe. Lá ele isolou-se, para dedicar sua nova vida ao desenvolvimento de novas magias, tornando-se mais poderoso que muitos.

A guerra passava, Lennard não perceberia, logo o fim chegou, e os países em guerra adotaram uma nova divisão, Letch passou a ser um país, Nassili e Rassele surgiram no território onde antes uma só potência viveu, Lampero lutava por desenvolver-se e acompanhar os rivais, e nada ele sabia, sua amada já morrera, Dírion partira como herói dos magos, seu filho fora morto, e ele era indiferente. Viveu sem viver, isolado entre os gelos eternos, esperando por algo, até que o dia de descer chegou, e este dia é agora.